Eu pessoalmente não faço amigos novos, ainda estou na solidão pós-covid. 👀

  • Daemon Silverstein@thelemmy.club
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    3 days ago

    Teve um tópico da gringa onde perguntaram algo similar, se não me engano “To the lonely people, how do you survive the holidays?” (“Aos solitários, como vocês sobrevivem aos eventos festivos?”). Não vou traduzir/replicar a minha resposta de lá porque foi um texto longo (embora esse possivelmente vai ser também), mas basicamente toda pessoa desconhecida que virou amigx da minha pessoa, logo virou uma pessoa desconhecida de novo, por inúmeros motivos (traiu minha confiança, mentiu, me tratou como uma espécie de “NPC” vendo em mim apenas a utilidade que posso trazer pra pessoa e interagindo comigo apenas quando foi útil pra pessoa, desentendeu a ponto de discutir e com isso estragar a amizade, etc).

    Eu sei que eu tenho meus defeitos, então em partes também é culpa minha. Daí muitas vezes acabo preferindo a solidão, já que já basta eu muitas vezes traindo a mim mesmo. Mas ao mesmo tempo, surge a dor da solidão, e isso gera um paradoxo: querer conectar-se, mas querer manter autonomia devido a traumas passados.

    Eu não sei o que é “amizade”. É complicado quando o “nerd da sala” (eu) de aula torna-se adulto, uma pessoa que acaba recorrendo a mecanismos diversos para tentar lidar com traumas familiares e do bullying escolar. Um dos meus mecanismos é me afogar em um mar de informações e conhecimentos diversos, num excesso informacional. Com isso, minha visão de mundo se tornou tão esquisita e complexa que eu não consigo me “encaixar” em nenhum grupo/comunidade específica. Por exemplo: eu gosto de matemática e programação e Ciência, mas ao mesmo tempo também gosto de esoterismo e ocultismo. Concordo com as críticas tecidas pela galera que é contra Inteligência Artificial, mas ao mesmo tempo gosto de experimentar coisas relacionadas à IA e PLN (Processamento de Linguagem Natural). Pra dar alguns exemplos, mas é muito mais complexo que esses meros exemplos.

    Diz-se que é necessário comportar-se de formas específicas pra se tornar mais amigável. “Sorrir mais”, ser “mais positivo”, etc. Ou seja, ter uma personalidade específica, caso não sejam comportamentos da própria personalidade. E eu sou bem radical no que tange personalidade, eu tenho uma personalidade que preza pela personalidade, pela sinceridade.

    Eu não posso ser o que não sou, isso seria mentir, isso seria ser falso. Não obstante, eu admiro bastante ideologias e crenças que se rebelam e desafiam o status quo, como anarquismo, Thelema e Luciferianismo, porque prezam exatamente por isso: personalidade, sinceridade, ser quem você é independente de como outras pessoas querem/esperam que você seja.

    Então, pra resumir e responder a pergunta “Como vocês fazem amigos?”. Acabo que, por vários motivos, não faço/não consigo, e constantemente tento me conformar a isso.

    • izena@lemmy.eco.br
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      3 hours ago

      Acho que tem alguns pontos e perguntas importantes: pq ter amigos? O quanto vc está preparado para estabelecer uma troca real? Ter assuntos em comum é um início, mas não é só isso (obviamente).

      Tem gente que usa um “amigo” como um espelho, onde só fala de si próprio e busca afirmar-se (pq é o único lugar que terá isso) - isso não é amizade.

      Às vezes a empatia está tão presente, que não precisa de muito tempo de convivência ( mesmo por meio online)… Mas no geral, amizade requer mesmo devoção e tempo… Tão simples e cruel assim.

      Pq é no tempo que entendemos com qual faceta nos relacionamos e até onde podemos ser nós mesmos.